segunda-feira, 16 de maio de 2011

Carta da Laura Laganá aos Diretores - COMENTADA

Caros Diretores


Recebi a informação sobre o posicionamento de quase todas nossas unidades em relação a paralisação.

[ Entendam por paralisação apenas o ato de sexta feira. Observem que paralisação não é o mesmo que greve ]

Entendo perfeitamente a situação dos professores e respeito, mas tenho que abrir para vocês minha visão sobre o assunto.

[ A visão de Diretora Superintende, cargo de confiança do Governador, escolhida pelo próprio governador ]

Estive a frente das negociações do reajuste o tempo todo. Conversei inúmeras vezes com todos os secretários que fazem parte da comissão de política salarial. A questão é que as decisões do governo levam em conta todas as categorias e é delicado autorizar reajustes autos para uma delas.

[A Educação teve 42% de reajuste, não foi nada delicado dar um reajuste como este para a Secretaria da Educação e 11% para os trabalhadores do CEETEPS, além de que os percentuais de reajuste se elevaram devido à própria política salarial covarde e desonesta praticada  pelo governo de SP nos últimos 16 anos. Lembrando que já são 6 anos sem nenhum porcento de reajuste]

O reajuste anunciado para a Secretaria da Educação foi de 13,8%, mas inclui a incorporação de uma gratificação de 92 reais. O aumento real foi de R$133,00 (em torno de 8%) e ontem vários jornais apontaram esse tema.

[A Diretora Superintendente ainda faz comparação entre o reajuste dado à secretaria da educação como se o nosso reajuste de 11% fosse uma maravilha, mas não completa que a secretaria da educação estará recebendo apenas a primeira parcela do reajuste anunciado de 42%, além de cometer mais um atentado anunciando estes baixíssimos índices como se fosse o suficiente. Ela precisa observar que é a Educação que está em protesto.]

Sei que a diferença é pequena, mas já foi muito difícil obtê-la. O Secretário de Gestão Júlio Semegheini se comprometeu a agilizar a análise do novo Plano de Cargos e Salários que encaminharemos nos próximos meses.

[O Plano de Carreira atual demorou mais de 10 anos para ser implantado e foi uma porcaria, já conhecemos a velocidade e o interesse em que a administração tem em aprovar alguma coisa que seje bom para os trabalhadores do CEETEPS, conhecemos o descaso. Se para a Superintendência o melhor que podemos fazer no momento é aceitar estes 11%, imagina como será este novo Plano de Cargos e Salários]

O novo plano será, certamente, o único instrumento possível para adequarmos melhor os salários, Por tudo que já vivenciei nesse período de negociação posso afirmar a vocês que é muito remota a possibilidade de mudança deste índice.

[Neste parágrafo ela diz publicamente o que foi passado nas assembléias setorias: O governo não dará reajuste, a política salarial será apenas baseada no suposto novo plano de carreira. Ou seja, para o governo, a situação está ótima e não deve mudar, R$ 10,00 a hora aula está ótimo e o vale alimentação de R$ 4,00 é o suficiente para os trabalhadores se alimentarem. Aquele papo de que o governador está sensível as nossas reivindicações é apenas mais um "trolóló" tucano que não tem mais o que falar! ]

Não preciso dizer a vocês os transtornos provocados por uma paralisação, pois todos conhecem bem.

[Claro que conhecemos os transtornos, inclusive conhecemos bem os resultados também. Greve de 2004, resultado: 30% de reajuste para os professores.]

Consultamos praticamente todas as escolas e a adesão é muito pequena. Vou mantê-los informados sobre estes percentuais.

[A superintendência do CEETEPS não representa a categoria de trabalhadores, mas sim o governo. A função da superintenência é justamente enfraquecer a greve com meias verdades. Quem deve informar os percentuais com segurança e números baseados em dados verdadeiros e documentados é o Sinteps - www.sinteps.org.br]

Sempre fiz questão de manter com vocês uma relação muito franca e não poderia deixar de expressar esse sentimento.

[Relações tão estreitas e afetivas que puniram os celetistas do centro com a mudança no regime de cobrança do vale transporte de 6% do valor do transporte, para 6% do valor do salário, transformando o benefício em malefício. Relações tão afetivas que até resolveu fazer com que o trabalhador venha trabalhar doente ao proibir mais que um atestado médico de um dia por mês e limitando a 6 por ano de médicos particulares. Relações tão afetivas que os compromissos firmados por ela para com a categoria em rever o valor do vale alimentação, estão engavetados até hoje junto com as demais reivinicações que chegaram até suas mãos e que não nos deu retorno formal em nenhuma situação.]

Um beijo

[ beijo? ]

Prof  Laura Lagná

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